Quase todo mundo tem conhecimento que todo o Estado, Municípios e Províncias de Minas Gerais é um grande berço da música, principalmente da música extrema. Diversos nomes importantes do gênero Metal e suas vertentes estão presentes no estado, e, no caso da Horda In Apostasia, não é diferente. Formada na cidade de Governador Valadares/ MG, na década de 90, mas tomando corpo em 2010, com o principal objetivo de sempre fazer e trazer o seu trabalho ao mais perto possível do Black Metal (Old Scholl), mas sim colocando suas principais características para dentro de seus cânticos, gerando temas abordados sobre o efeito negativo em se ter uma religião e seus dogmas e, a idéia sobre o que um Deus tem sobre nós, enquanto à sociedade.
Então desde o seu primeiro Ep Awake, e de seu primeiro álbum Symbol of Disgrace, a horda veio caminhando por sete anos neste vale sombrio do Underground, até chegar em seu novo registro intitulado de Hail the Kings. Este mesmo foi gravado no Home Studio, que se ocorreram durante dois anos, entre 2015 a 2017. A mixagem e masterização ficou a mão de Jeff Britto (vocal e baixo - da horda), sendo que o mesmo ficou a cargo de toda a arte empregada no álbum, como o própria capa e layout. 'Jeff Britto' soube muito bem encaixar todo o clima exigido dentro da vertente, e, o petardo soa muito bem com as nuances da velha escola da música extrema, demonstrando o quanto a banda é capaz de criar composições distintas do verdadeiro Black Metal.
Hail the Kings trás consigo 15 cânticos, dentre elas dez composições autorais e 5 cover’s, homenageando as hordas que forjaram o caminho do gênero Black Metal, tais como: Sarcófago, Grimm, Quorthon, Venon, Darkthrone. Suas músicas estão presentes no álbum no lado Kings side. Um fato bem legal que a horda aplicou em seu registro, é que o mesmo traz um formato como nos Lps antigos (como lado A e B), com isso suas músicas autorais ficaram no lado Hail side e os líricos da cover’s ficaram no lado Kings side. Outro fato interessante de ambos os lados do registro: o lado “A”, todas as faixas gravadas por 'Jeff Britto', exceto a “Hunting Ground”, já no lado “B”, as faixas onze a quinze e “Brotherhood of Man” (letra de Lemmy Kilmister - Motorhead), foram gravadas pelo guitarrista convidado Rafael Oliveira.
O disco já começa de uma forma bem fúnebre, representada por “Our Scars”, um interlúdio bem tenebroso, que abre espaço para o cântico “Never” e “Tamoio Confederation” que são as responsáveis de abrir todo clima envolvente do gênero. As nuances entre os acordes rápidos e cadenciados estão presentes nelas. “Fire Within” é outro destaque que vem na sequência do pacote. Os riffs são envolventes, fora o clima presente na interpretação do cântico, as instrumentações muito bem encaixadas no vocal de 'Jeff Britto'.
“They All Must Die” soa como um soco no pé da orelha. Riffs ultra-rápidos e recheados de (BeatsBeats) ensurdecedores. “Burning Crosses”, outro cântico bem empolgante do álbum, ela carrega um clima bem soturno, (os vocais de Jeff Britto, dão um toque horripilante) no contexto da música. Na sequência, temos a “Hunting Ground”, outra porradeira do petardo. Em seguida temos uma canção escrita pelo imortal Lemmy Kilmester da banda Motorhead, falo de “Brotherhood of Man”, mesmo na interpretação de In Apostasia, dá pra sentir todo clima da “máquina”, presente na canção. Sem dúvidas, uma das faixas que se destaca no álbum. E mantendo este clima pegajoso, temos outro cântico bem interessante, “War”, que soa como um verdadeiro hino, seu andamento tem uma ótima harmonização entre os instrumentos que se conversam de uma forma limpa e homogênea. “Hear Their Voices”, trata-se de um interlúdio que abre caminho agora para entrarmos no lado sombrio das cover’s, como a própria In Apostasia, chama o Kings side, onde as devastações se iniciam pelo cântico de “The Embrace of the Cold”, que tem uma levada mais groove, o baixo se destaca na condução da composição e “Christ's Death”, uma saraivada de riffs, fora a presença fúnebre que a horda impõe no desenvolvimento dela.
“Raise the Dead”, “Countess Bathory” e “To Walk the Infernal Fields” são faixas presentes no projeto, como homenagens as grandes Hordas que solidificaram a vertente Black Metal, o que eu posso dizer a respeito da interpretação, estão muito bem conduzidas e executadas. Com certeza o lado Kings side deu um upgrade bem interessante no trabalho das canções. Foram muito bem escolhidas, e, se casaram com o restante presente no registro.
Sem dúvidas, posso dizer sem medo que a horda, trouxe um belo registro para os amantes do gênero Black Metal, após quatro anos sem lançar um álbum oficial. Os caras meteram o pé na porta e lançou um baita registro para o Metal brasileiro. In Apostasia já demonstrou que tem muita capacidade de manter a chama do Metal negro acesa. Parabéns guerreiros!
Tracklist:
Hail side
1.Our Scars
2.Never
3.Tamoio Confederation
4.Fire Within
5.Theo All Must Die
6.Burning Crosses
7.Hunting Ground
8.Brotherhood of Man (letra de Lemmy Kilmester)
9.War
10.Hear Thier Voices
Kings side:
1.The Embrace of the Cold (Bonus) - Grimm
2.Christ’s Death (Bonus) - Sarcófago
3.Raise the Dead (Bonus) - Bathory
4.Countess Bathory (Bonus) - Venon
5.To Walk the Infernal Fields (Bonus) - Darkthrone
In Apostasia:
Jeff Britto - vocal e baixo
Lucas Almeida - guitarra
Daniel Silvia - bateria
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