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Andre Santos

HÉIA: “A nossa cena Negra é maravilhosa, grandes hordas com um potencial gigante a ser explorado”


Black Metal Nacional

Entrevista

O músico Místico, guitarrista e vocal da horda de Black Metal HÉIA, cedeu um pouco de seu tempo para conceder um breve bate papo, onde o mesmo nos revelou como surgiu o conceito musical e suas principais origens, e, ainda o músico comentou as principais dificuldades de se fazer música em seu estado/ berço natal, e, de quebra nos falou sobre os processos de composição.

Para quem ainda não conhece, o Héia é uma horda e, é uma das grandes representantes da música negra brasileira. Formada na região de Goiânia/GO, no finalzinho dos anos noventa, a horda vem trilhando o seu caminho entre a escuridão, e, então os músicos ‘Místico’ (vocal e guitarra), ‘Naberius’ (baixo) e ‘Horus’ (bateria), vem lutando há um pouco mais de 18 anos, pela arte negra traduzida em composições, ou mesmo em poemas sombrios, registrados em três álbuns, Demos e um Split “Unidos Pela Bandeira Negra”.

Acompanhe em seguida, o nosso bate papo com o músico Místico:

MNP – Conte-nos sobre o surgimento e o propósito do nome Héia, para profetizar o culto da horda.

HÉIA – Salve!!! Primeiramente a gente agradece a oportunidade, é uma honra participar desse projeto. Bom, eu montei a horda em 1999 ev. E o nome Héia e de origem grega e desde que montamos a horda o propósito foi fazer Black Metal agressivo e ríspido e o mais repulsivo possível.

MNP - Sabemos que a sonorização da horda é voltada no culto Black Metal. Como a horda vivência o culto em terras que é justamente voltada a música caipira (Goiás)? Há alguma dificuldade para horda a respeito disso?

HÉIA – Primeira vez que me perguntam isso (risos) bom, na verdade não, nós estamos no Underground e nem chegamos perto dessas coisas e vice-versa.

MNP - Ainda a respeito ao seu estado (Goiás), a horda encontra lugares e espaço para divulgarem o culto de seus trabalhos? Há algum apoio voltado nesse sentido e como é a participação do público de seu estado?

HÉIA – Aqui não há apoio nenhum, tem um órgão do governo aqui que se chama A.M.A. que fecha todas as casas de evento (casa de shows) voltados para o Rock/Metal/Alternativo, então não se tem opções para fazer shows. Os eventos que eu produzo são todos em locais precários e ilegais. Neste país não existe respeito aos valores da diversidade cultural, a cena Metal no Brasil é despida a marginalidade, discriminadas e expulsas dos direitos sociais e econômicos da cultura. Infelizmente, é lamentável como o governo interpreta nossa cultura artística, boicotando eventos de grande relevância cultural para a população sem justificativa.

MNP - Como a horda enxerga o movimento Underground em nosso território Nacional? E para a música negra desenvolvida pelas hordas de Black Metal, há algum preconceito referente a isso ainda? E como a Héia absorve essas questões?

HÉIA – A nossa cena Negra é Maravilhosa, grandes hordas com um potencial gigante a ser explorado, nós ainda não fomos para o Sul do país nem para o Norte (Manaus, Amapa etc..), mas por onde passamos, encontramos muitas coisas boas, algumas ruins, mas muitas boas.... Agora preconceito eu acredito que isso era assunto de 15 anos atrás hoje não se vê mais isso. Olha absorvemos tudo como influência e referência que trazemos para dentro da horda. Porque quando fazemos um lançamento, fazemos não só para o Brasil, mas sim para o mundo, então levamos para todo o mundo, as referências do nosso país.

MNP - Hoje fica bem evidente que a vertente Black Metal se evoluiu conforme o tempo, sendo um dos gêneros que vem se destacando e apresentando uma sonorização elaborada. Como a Héia enxerga esses padrões evolutivos?

HÉIA – Como um desafio, para continuarmos evoluindo tanto tecnicamente como ideologicamente.

MNP - Vamos entrar no processo de composições: Como a banda desenvolve os conteúdos abordados e como surge a parte lírica dos hinos?

HÉIA – Eu estou sempre buscando, sempre pesquisando, tentando melhorar (me superar) e escrever é um grande compromisso, é uma arte. Principalmente para nós, porque o Black Metal é uma canalização, transmutação de energia, e como você pegar algo em que você sente e acredita e transformar isso em algo tangível, palpável. E é assim que eu escrevo, eu simplesmente canalizo algo que flui por mim.

MNP - Em 2017 a horda participou do lançamento denominado “Unidos pela Bandeira Negra”, com três hinos. Como foi participar dessa experiência e como surgiu esta ideia? Conte-nos um pouco sobre o projeto e se teve um resultado esperado sobre o lançamento.

HÉIA – Bom, a ideia surgiu com o meu parceiro Marcelo ‘Formigão’ da Impaled Records de São Paulo, ele sugeriu esse lançamento, e eu tive a atitude de fechar as outras 3 grandes hordas. E como sou designer, projetei toda a parte gráfica fiz os orçamentos na Polysom e fechamos tudo com os selos, foi muito gratificante realizar esse projeto audacioso, foi muito bom e uma honra trabalhar com essa equipe.

MNP - Recentemente a hora relançou o debut álbum “Magia Negra” de (2007). Por qual motivo a horda chegou a essa decisão?

HÉIA – Olha “Magia Negra” foi lançado originalmente em 2007, foi uma parceria entre o selo Philosophic Arts de Uberlândia/MG de um grande amigo nosso (Nocturnos Animus) com o meu recém criado selo Diabolic Records, então assim, eu não tinha experiência nessa área, mas foi algo motivador e realmente novo pra mim, e na época eu lembro que eu levei muito calote, muito mesmo e enfim, o tempo passou e a banda continuou e depois de 10 anos acho que esse disco esta tendo o seu devido reconhecimento.

MNP - Como surgiu a oportunidade da horda tocar ao lado da lenda do Black Metal Marduk? E, qual a expectativa da horda HÉIA sobre esta participação, que ocorrerá no mês de setembro?

HÉIA – Olha essa grande oportunidade veio com uma parceria com o agencia No Class, na verdade foi um presente da agencia para a horda (risos) a No Class que organizou a nossa turnê no Nordeste ano passado e nos inclusive já fechamos outra tour com a agencia então como vê: a parceria aqui é forte (risos).

MNP - Além do recente relançamento de “Magia Negra”, a horda já tem algo sendo providenciado ainda para 2018, ou vão trabalhar em cima do álbum relançado?

HÉIA – Não, já estamos com musicas novas, a gente vai gravar agora tributo ao grande Bestymator e acredito que devemos trabalhar em um vídeoclipe e aí sim, entrarmos em estúdio para gravarmos outro Split LP (ainda não podemos falar muito sobre isso).

MNP - Antes de tudo, queremos de agradecer pela oportunidade de realizarmos esta entrevista. Visando isso, deixamos esse espaço para a horda deixar a sua mensagem aos amantes da música negra e aos leitores do Metal no Papel.

HÉIA – Eu que agradeço, adorei as perguntas, explorou bastante, adorei e obrigado a todos os guerreiros que apoiam a horda de forma direta e indireta. Vamos continuar firmes em nossa jornada, Black Metal nos dá a razão vital para continuar. A estrada, o palco e as composições nos proporcionam o triunfo perante essa vida agonizante.

Terra de Trevas.... Noite eterna

Acompanhe o vídeo clipe de "Elizabeth Bathory":

Acompanhe a horda HÉIA, em:

Links relacionados a horda HÉIA:

Assessoria de imprensa Sangue Frio Produções: www.sanguefrioproducoes.com/contato

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