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Foto do escritorJP Carvalho

Siegrid Ingrid, retorno em grande estilo!


Formada no distante ano de 1989, o Siegrid Ingrid causou um grande impacto com sua música veloz e agressiva, uma mistura muito bem coesa de Thrash, Death e Hardcore. Além de contar com um dos vocalistas mais carísmático e emblemáticos da cena da musica pesada brasileira;Mesmo a banda atingindo uma parcela significativa do público, encerrou suas atividades.

Agora, após um hiato de 18 anos a banda volta com força total e com a mesma formação que gravou o íconico The Corpse Falls de 1999. Tivemos uma conversa com o guitarrista André Gubber e o resultado você pode conferir a seguir.

Metal no Papel: Minha primeira pergunta é sobre o encerramento das atividades da banda em 2002, já que o Siegrid Ingrid vinha numa rota ascendente em sua carreira?

André Gubber: Em 2002 a banda já não contava com o mesmo line up que havia gravado o segundo álbum "The Corpse Falls", era só eu e o vocalista M. Punk, tivemos outras formações, mas não conseguíamos ensaiar com regularidade, compor e por consequência as oportunidades de show também pararam. Estávamos com nosso relacionamento bem desgastado e o M. Punk também vinha enfrentando problemas com o vício, isso se agravou depois, então achamos melhor parar por ali.

MNP: Vocês retornaram com a formação que gravou o The Corpse Falls de 1999, você acredita que isso facilitou na hora de compor, já que mesmo afastados, existia uma química entre todos?

Gubber: Sim com certeza. Nos encontramos em meados de maio de 2019 e colocamos a conversa em dia, nessa ocasião surgiu o compromisso de agendarmos um ensaio para sentir como a coisa aconteceria. É claro que estávamos meio enferrujados, já que havia passado muito tempo sem tocarmos juntos, principalmente o Punk que estava enfrentando uma luta difícil para abandonar o vício e estava totalmente afastado da música. Mas à medida que os ensaios foram acontecendo a gente percebeu que podíamos voltar à ativa, nos sentimos renovados e motivados, principalmente pelo retorno do Punk, da sua volta por cima.

MNP: Quais foram os desafios de gravar este novo single “Damned Conviction”?

Gubber: O principal desafio foi exatamente esse lance de "entrarmos em forma", mas fizemos tudo com muita tranquilidade. Hoje temos mais recursos para compor e se comunicar, trocar ideias sobre música e mais bagagem também, o Punk já tinha escrito a letra, então tudo ficou mais fácil.

MNP: Quais características você apontaria entre a banda que gravou o o The Corpse Falls e a que gravou este novo single?

Gubber: Estamos bem mais velhos, ou experientes (risos..) Estamos fazendo tudo com os "pés no chão", muita coisa mudou em nossas vidas desde o início dos anos 2000 até aqui. Temos que nos adaptar a essas mudanças, nos reinventar, mas sabemos que a nossa violência musical está intacta e não vamos mudar de rumo.

MNP: O single foi lançado em um momento conturbado no mundo, com isolamento social e a possível queda da economia mundial. Em algum momento vocês pensaram no adiamento deste lançamento?

Gubber: Essa música estava praticamente pronta desde novembro do ano passado, depois nos concentramos nos ensaios para os 2 shows que marcaram o retorno da banda em dezembro e quando percebemos estava tudo isso acontecendo no mundo. Não pensamos em adiar, resolvemos lançá-la agora porque de certa forma muitas pessoas estão ligadas nas redes sociais e plataformas de streaming, então pode ser mais uma oportunidade para conhecer esse material e os anteriores também. Entendemos que não foi o ideal, mas com tantas incertezas cercando a vida das pessoas, "inclusive as nossas" optamos por divulgá-la o quanto antes. Esperamos que essa pandemia seja controlada dentro da maior brevidade possível para que as pessoas possam voltar a "nova normalidade" em suas vidas.

MNP: E por falar no momento atual, qual a sua visão dos acontecimentos do mundo e também da atual cena da música pesada no Brasil?

Gubber: Acredito que o mundo é um lugar pior e mais perigoso a cada dia. Os políticos tentam tirar proveito de tudo e com essa pandemia mundial não é diferente. Falta de transparência, corrupção, desrespeito com os mais necessitados, enfim um ambiente caótico é propicio para organizações e governantes mal intencionados.

MNP: Porque da escolha do artista gráfico Artur Fontenelle (Dead Mouse Design, também baixista da Morbid Whisper) para a criação da capa?

Gubber: Estávamos à procura de um artista gráfico e então vimos no instagram do Claustrofobia uma arte feita pelo Artur, além de outros trabalhos feitos para o Nervochaos e outras bandas, achamos um trampo muito foda e entramos em contato com ele. Ele disse que era fã da banda e fez esse trampo sensacional para nós.

MNP: Quais os planos futuros para a gravação de um álbum completo com músicas inéditas?

Gubber: Esse é o nosso desejo, mas diante do cenário atual fica difícil planejar o lançamento de um álbum completo, depende realmente de vários fatores, como eu disse anteriormente, precisamos nos reinventar e sinceramente não sei até que ponto o formato de "álbum" ainda é eficiente nos tempos atuais, depende do momento de cada banda, envolvimento com o público, número de apresentações ao vivo, enfim, precisamos saber aonde estamos para saber para onde vamos. Porém, não vamos deixar de produzir e acredito que lançaremos um EP nos próximos meses.

MNP: Muito obrigado pela entrevista, o espaço agora é seu para suas considerações e deixar uma mensagem aos nossos leitores.

Gubber: Obrigado pelo apoio e pela oportunidade. Lançaremos novas músicas em breve e a insanidade sonora vai continuar, é só nos seguir nas redes sociais para saber as novidades.

Formação:

Mauro "Punk" Vocal

Evandro Junior Bateria

L. Morales Borô Guitarra

André Gubber Guitarra

Luiz Berenguer Baixo

Contatos:

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