Drowned inicia nova fase cantando em português: confira “Brasil Visceral”
- Maicon Leite
- há 1 dia
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Com pouco mais de 30 anos de estrada, a banda mineira Drowned chega ao seu 9º álbum de estúdio, o primeiro inteiramente cantado em português. “Brasil Visceral” traz Fernando Lima (vocal), Marcos Amorim (guitarra), Rodrigo Nunes (baixo) e Beto Loureiro (bateria) literalmente na “ponta dos cascos”, tanto em termos sonoros quanto líricos.
Acompanho a banda desde a fita demo “Where Dark and Light Divide...”, quando mantinha contato com o grupo através de cartas, e desde então, apesar de não concordar com o direcionamento de alguns álbuns, ouso dizer que “Brasil Visceral” é um de seus melhores trabalhos, inspirado e empolgante.
Do ponto de vista musical, a banda sempre apresentou uma sonoridade própria, baseada no Death Metal, com influências que vão do Heavy tradicional ao Thrash Metal. Com a aposta em cantar na língua portuguesa, o quarteto ganhou novas possibilidades, abrindo caminho para novas experimentações.
No quesito lírico, é nítido seu posicionamento político, desagradando os desavisados ou que ainda não tinham entendido a proposta da banda: retratar a realidade nua e crua e o retrocesso político, social e cultural que tem assolado o Brasil nos últimos anos, e que se reflete na arte da capa, criada pelo próprio vocalista Fernando Lima, que também atua como artista gráfico. Na arte, diversas referências que falam por si só.
Das treze faixas que compõem o álbum, muitas já haviam sido divulgadas previamente em formato de single, já abrindo caminho para o lançamento do full. Com músicas de duração de 2 a 3 minutos, em média, excetuando-se “Positivo Inoperante”, com menos de 2 minutos, o álbum vai direto ao ponto, entregando a mensagem de forma agressiva como sua temática pede.
Como destaques, temos a abertura com “Deplorável Mundo Novo”, e faixas como “Que A Forca Esteja Com Você”, “A Bancada Do Pistoleiro” e “Sem Lugar De Fala”, que traduzem a essência do disco.