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Ghost amplia universo visual e conceitual do álbum “Skeletá” com o videoclipe de “Lachryma”

  • Foto do escritor: Maicon Leite
    Maicon Leite
  • 15 de abr.
  • 4 min de leitura

Lançado na sexta-feira, 11, o videoclipe da faixa “Lachryma” marca mais um passo decisivo na campanha de divulgação de “Skeletá”, sexto álbum de estúdio da banda sueca Ghost, que chega ao público em 25 de abril via Loma Vista Recordings. A obra audiovisual dá continuidade à narrativa conceitual apresentada no single anterior, “Satanized”, consolidando a nova encarnação de Papa V Perpetua e os reformulados Nameless Ghouls, agora visualmente alinhados à estética do horror clássico, da teatralidade kitsch e do rock de arena.

 

Dirigido por uma equipe criativa que optou por homenagear propositalmente os filmes B de terror televisivo das décadas de 1960 e 1970, o vídeo de “Lachryma” apresenta cenários artificiais, fundos de papelão, iluminação difusa e figurinos com aparência deliberadamente “barata”. A proposta remete diretamente a produções como Dark Shadows, os primeiros filmes da Hammer Productions e adaptações televisivas de Drácula. A estética não se trata de uma simples paródia, mas de uma reinterpretação afetiva e respeitosa de um repertório cultural consagrado, traduzido visualmente com apuro técnico e intencional exagero.

 

Os Nameless Ghouls surgem com figurinos inéditos que evocam a estrutura anatômica humana: trajes negros com detalhes em glitter e padrões esqueléticos que mesclam o gótico ao glam rock. Cortes simétricos e tecidos cintilantes reforçam a ideia de uniformidade ritualística — característica já conhecida de fases anteriores da banda —, agora com um apelo estético ainda mais teatral. O visual resgata elementos do horror retrô ao mesmo tempo em que projeta uma identidade visual contemporânea e única.

 

A performance de Tobias Forge como Papa V Perpetua também apresenta novidades marcantes. A máscara parcial utilizada pelo vocalista permite maior visibilidade de suas expressões faciais, o que contribui para uma atuação mais comunicativa e intensa. Em entrevistas recentes à imprensa europeia, como Kerrang! e Louder Sound, Forge explicou que essa nova configuração está diretamente relacionada à necessidade de se conectar emocionalmente com o público e de interpretar com mais nuance os temas centrais de “Skeletá”, como identidade, fé, transformação e mortalidade.

 

A canção “Lachryma” também simboliza esse novo momento artístico. Musicalmente, ela mescla Doom Metal, Rock gótico e influências de Rock de arena, resultando em uma faixa que soa sombria e melódica ao mesmo tempo. Forge definiu a música como “um roteiro abortado de Nosferatu, envolto em doom metal à la Sabbath com um toque exagerado de AOR”. A canção funciona como o início esperançoso da jornada do álbum, antes da descida às regiões mais sombrias e existenciais exploradas nas faixas subsequentes.

 

Vídeoclipe de “Lachryma”:

A narrativa visual e lírica de “Skeletá” começou a se desenhar em março, com o lançamento de “Satanized”, primeiro single do disco. A faixa remete ao Hard Rock oitentista com harmonizações vocais elaboradas, riffs melódicos e produção cristalina — elementos que evocam nomes como Queen, Def Leppard e Styx. Em entrevistas, Forge destacou que a música usa a imagem da possessão como metáfora para os vínculos emocionais intensos, especialmente quando se está apaixonado. “A música não tem nada a ver com possessão demoníaca”, explicou ele, reforçando que se trata de uma leitura emocional e simbólica.

 

O videoclipe de “Satanized”, dirigido por Amir Chamdin, apresenta um monge atormentado por desejos reprimidos e pela rejeição da instituição religiosa. Ridicularizado por freiras e ignorado por figuras clericais, o protagonista acaba sendo transformado em Papa V Perpetua. As cores predominantes roxas e prata, a maquiagem marcante e a máscara parcial reaparecem em “Lachryma”, criando uma identidade visual marcante para esta nova era com “Skeletá”.

 

Vídeo clipe de “Satanized”:

A expectativa em torno do novo álbum é alta. Conforme adiantado pelo Louder Sound, “Skeletá” é descrito como a “obra mais confiante, flamboyant e desafiadora” da carreira do Ghost. A banda, conhecida por reinventar-se a cada ciclo, parece agora investir de forma ainda mais intensa em sua dimensão teatral e conceitual, misturando crítica social, mitologia própria e imagética pop com referências à cultura do horror clássico e à espiritualidade decadente.

 

Com o lançamento de “Skeletá” agendado para o fim de abril, o Ghost já prepara uma nova turnê mundial. As datas incluem passagens pela Europa, Reino Unido, América do Norte e México, além de uma participação especial de Tobias Forge em um dos shows de despedida do Black Sabbath em julho, na cidade de Birmingham — uma confirmação simbólica e poderosa, especialmente por conta da relevância histórica do Sabbath para o Heavy Metal e para a própria trajetória artística de Forge.

O Ghost, que começou como um projeto misterioso e envolto em anonimato, se consolida cada vez mais como um fenômeno global. Com “Skeletá”, a banda mostra seu domínio sobre a arte de contar histórias por meio da música, do espetáculo e da estética — sempre orbitando o sombrio, mas com uma luminosidade própria. Por mais que seja uma banda que se encaixe no tradicional “ame ou odeie”, o fato é que o Ghost está crescendo cada vez mais e expandindo seu ritual, conquistando novos seguidores a cada lançamento, sempre buscando qualidade e elementos que surpreendam seus fãs.

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